Onde ela está hoje, a formação em Enfermagem, o trabalho e sua nova missão de dar palestras
A Ira de um Anjo: O Pesadelo nos Anos 90
Em 1992, o mundo conheceu a chocante história de Elizabeth Thomas através do documentário da HBO, "A Ira de um Anjo". Com menos de seis anos, a pequena Beth exibia sintomas alarmantes de psicopatia. Sua história é um duro lembrete das consequências devastadoras do trauma infantil.
Beth e seu irmão caçula, Jonathan, foram adotados após serem resgatados de um ambiente de maus-tratos e abusos sexuais cometidos pelo pai biológico. Na nova família, o trauma explodiu em comportamentos aterrorizantes: Beth passou a molestar e tentar matar o irmão, atacar seus pais adotivos com facas e apresentar condutas sexuais inadequadas em público, tudo isso com uma ausência total de culpa.
O medo era tão grande que os pais chegaram a trancá-la no quarto durante a noite para proteger a si mesmos e a Jonathan. O caso levou à sua internação em um hospital psiquiátrico, onde foi diagnosticada com Transtorno de Apego Reativo (RAD), uma condição grave ligada à incapacidade de criar vínculos emocionais saudáveis devido ao abuso precoce.
O Tratamento Controverso e a Transformação
Após o diagnóstico, Beth foi submetida a um longo período de terapia intensiva. O tratamento nos anos 90, embora considerado polêmico e controverso hoje por suas bases em isolamento e privação controlada, foi crucial para a mudança de Beth Thomas.
Longe dos pais adotivos originais, ela foi acolhida por uma especialista em RAD, Nancy Thomas, que a submeteu a um rigoroso conjunto de regras. Com o tempo, a muralha emocional de Beth desmoronou: ela finalmente começou a sentir culpa e arrependimento, especialmente pelas maldades cometidas contra o irmão.
Esse foi o ponto de virada que selou seu destino.
A Redenção: Enfermagem e Advocacia
Longe dos holofotes da infância, Beth Thomas trilhou um caminho de reparação. Ela foi novamente adotada por Nancy Thomas e demonstrou excelente desenvolvimento, formando laços sociais na escola e alcançando um ótimo desempenho acadêmico.
O ápice de sua reviravolta veio com a escolha de sua profissão: Beth ingressou na Universidade do Colorado, formando-se em Enfermagem. Em 2005, ela começou a trabalhar como enfermeira registrada no Flagstaff Medical Center, dedicando sua vida a cuidar de outros — ironicamente, incluindo o cuidado de bebês na UTI, exatamente a fase em que seu trauma começou.
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| Beth Thomas nos dias de hoje. Foto: Arquivo pessoal |
Hoje, Beth não esconde seu passado. Ela é voluntária no programa Families By Design e viaja o mundo dando palestras sobre sua jornada, a eficácia do tratamento que recebeu e a esperança de recuperação para crianças que enfrentam traumas e distúrbios de apego.




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