Federação paulista afirma que Driver Brasil é "desconhecida" nos meios automobilísticos
O evento Driver Top Speed 2025, onde o empresário Wilson Coelho Neto, de 48 anos, morreu após bater sua BMW M3, não tinha autorização da Federação de Automobilismo de São Paulo (FASP). A entidade divulgou um comunicado oficial nesta segunda-feira (29), classificando a Driver Brasil, organizadora do evento, como "desconhecida nos meios automobilísticos".
O acidente aconteceu no último sábado (26), no aeródromo da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). Neto, que pilotava uma BMW M3, bateu contra outros dois veículos e não resistiu aos ferimentos. Segundo a FASP, o evento não fazia parte de seu calendário oficial e foi organizado "sem qualquer segurança e por pessoas desabilitadas".
Investigação
A Polícia Civil investiga as causas do acidente e a velocidade atingida por Neto antes da colisão. No momento do ocorrido, a pista estava molhada, segundo relatos. A Driver Brasil informou que o evento seguia "rígidos padrões de segurança" e que todos os pilotos assinaram termos de responsabilidade.
A organização do evento e a Embraer, proprietária da pista, foram questionadas pela imprensa, mas ainda não se manifestaram oficialmente.
Histórico de participação
Wilson Coelho Neto era veterano em eventos de velocidade. No ano passado, também em Gavião Peixoto, ele foi campeão das provas de uma milha (1,6 km) e duas milhas (3,2 km) na Driver Top Speed 2024, alcançando 341,6 km/h em uma das competições.
O empresário era natural de Mato Grosso do Sul, ligado ao agronegócio, e muito conhecido em Campo Grande. Sua morte gerou grande comoção nas redes sociais, com manifestações de figuras públicas, como o deputado estadual Jamilson Name e o cantor Mariano, da dupla Munhoz & Mariano.
Regulamento da competição
O Driver Top Speed é um evento de arrancada que ocorre desde 2009, com provas em distâncias de meia milha (804 metros), uma milha (1,6 km) e duas milhas (3,2 km). Pilotos largam com o carro parado e tentam atingir a maior velocidade possível ao final do percurso. No evento deste ano, a pista da Embraer, com quase 5 km de extensão, foi utilizada.
Comunicados oficiais
Em nota, a FASP reforçou que não autorizou a realização do evento e que ele é irregular: “Esses eventos são elaborados sem qualquer segurança e por pessoas desabilitadas, visando faturar em cima dos desavisados”, afirmou a entidade.
A Driver Brasil lamentou o acidente, reiterou o atendimento rápido com UTI móvel e encerrou o evento após a morte ser confirmada. Disse ainda que os outros dois pilotos envolvidos sofreram apenas ferimentos leves.
Wilson Coelho Neto deixa esposa e dois filhos.
O Diário da Cidade segue acompanhando o caso e reitera que está aberto para publicação de notas de resposta ou atualizações das partes citadas.
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