Corpo foi achado próximo ao Centro de Detenção Provisória (CDP)
Um ciclista encontrou uma recém-nascida morta próximo ao Centro de Detenção Provisória (CDP) entre Ribeirão Preto (SP) e Serrana (SP). Segundo a Polícia Civil, o bebê estava em um saco plástico dentro de uma mochila e pode ter morrido por asfixia.
De acordo com o delegado seccional Sebastião Vicente Picinato, o corpo foi encontrado no domingo (8) às margens da Rodovia Abrão Assed. O cliclista chamou a polícia, e a bebê foi levada ao Instituto Médico Legal (IML). Um exame pericial apontou que a criança nasceu viva.
“A criança foi levada para exame necroscópico e constatou-se que antes da morte, ela respirou. É feito um exame pericial chamado docimasia de Galeno, onde o pulmão é colocado em um recipiente com água. Se ele boiar, significa que ele respirou. Então, a gente concluiu, a princípio, um infanticídio ou até feminicídio”, diz Picinato.
Recém-nascida foi achada morta dentro de mochila na região do CDP de Ribeirão Preto, SP — Foto: Divulgação |
Segundo o delegado, a recém-nascida tinha de 37 a 38 semanas, pele parda e pesava aproximadamente 2,9 kg.
“É uma gravidez que chegaria até o seu final sem nenhuma complicação. A causa da morte vai depender do exame pericial, mas a gente já vê que foi por asfixia. Ela foi colocada em um saco plástico, tentando respirar. Faltou esse ar e é uma morte considerada cruel”, afirma.
Picinato diz que a mãe usou um objeto como uma tesoura para cortar o cordão umbilical. A Polícia Civil faz trabalhos de campo para tentar identificá-la.
“Estamos percorrendo todas as UBSs para ver quem estava grávida nesse período, buscando informações do CDP, já que foi ali próximo, se tinha várias pessoas grávidas visitando e depois de uma hora pra outra apareceram sem a barriga.”
Prédio da perícia do Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto, SP — Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV |
O delegado informou que a suspeita pode responder criminalmente por infanticídio ou feminicídio.
“Nasceu a criança, se a mãe está em estado puerperal, depressão pós-parto, e ela praticou atos sozinha, a gente pode classificar como crime de infanticídio: a mãe que mata a criança logo após o parto estando sobe influência desse estado puerperal. A criança nasceu e a mãe pensa ‘não quero mais, vou acabar com a vida’, já pode virar um feminicídio, porque é mulher. Independentemente da idade, ela foi assassinada.”
O delegado seccional da Polícia Civil de Ribeirão Preto, Sebastião Vicente Picinato — Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV |
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