Lincoln de Almeida deixou o cargo de assessor de imprensa dias após a cassação do ex-vereador Emanoel Sponton pela Câmara Municipal
O prefeito de Araraquara, Dr. Lapena (PL), exonerou no último sábado (6) o assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Comunicação, Lincoln de Almeida. A decisão foi tomada 18 dias depois da cassação do ex-vereador Emanoel Sponton (Progressistas), apontado pelo Ministério Público como responsável por um esquema de “rachadinha” que teria movimentado cerca de R$ 65 mil.
Segundo documentos anexados ao Acordo de Não Persecução Penal firmado entre Sponton e o Ministério Público, Lincoln chegou a repassar valores como forma de “pedágio” para assumir a função na Prefeitura. Ele ocupava o cargo desde 7 de janeiro deste ano, após indicação política.
O caso veio à tona em março, quando a prática foi denunciada por um veículo de comunicação local. Em suas redes sociais, Lincoln descrevia suas atribuições na Prefeitura como produção de conteúdo para imprensa e mídias digitais. Antes, também havia atuado como gerente de redes do partido de Sponton entre 2023 e 2024.
O acordo com o Ministério Público
De acordo com a promotoria, Sponton solicitava que assessores devolvessem parte dos salários mensais como condição para manterem os cargos. O ex-vereador firmou acordo para ressarcir R$ 65 mil aos cofres públicos e pagar multa no mesmo valor, totalizando R$ 130 mil, parcelados em até 24 vezes. Ele também ficou impedido de disputar eleições por três anos e de exercer cargos públicos no mesmo período.
Cassação unânime
A Câmara Municipal decidiu pela cassação de Sponton por unanimidade. O ex-parlamentar não compareceu à sessão e sua defesa também havia renunciado. No plenário, vereadores destacaram que a prática configurava improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário.
Defesa do ex-vereador
Antes da decisão, Sponton discursou afirmando deixar o cargo de “cabeça erguida” e com “consciência tranquila”. Já sua defesa reconheceu a existência de transferências feitas por assessores, mas alegou que os repasses seriam voluntários e destinados a uma associação comunitária do bairro Parque das Hortências.
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