Retornando ao Rio após 15 anos, RBD apresenta um show de nostalgia e amor no Engenhão

A banda fez seu primeiro show no Brasil na noite de quinta-feira (9) como parte da turnê 'Soy Rebelde'

O primeiro show da turnê Soy Rebelde do RBD acontece no Rio de Janeiro. Foto: Iris Alves/Live Nation/RBD

 O Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, foi tomado por emoção nesta quinta-feira (9), quando o grupo RBD fez seu primeiro show em solo brasileiro pela turnê "Soy Rebelde". 15 anos após a última apresentação do grupo na cidade, o amor e a nostalgia da banda e dos 64,5 mil fãs se manifestaram.

Os cinco artistas rebeldes - Anahí, Christian Chávez, Christopher von Uckermann, Dulce María e Maite Perroni - apareceram no palco como se caíssem do céu, interpretando "Tras de Mi".

CHEGOU A HORA!!! 🗣️

RBD no Niltão! 🏟️🔥#SoyRebeldeTour pic.twitter.com/FSWfMAh7QT

— Estádio Nilton Santos (@EstNiltonSantos) November 9, 2023

Quando os ingressos para todos os shows no Brasil esgotaram em março, o público, que cantava a plenos pulmões, finalmente teve o que esperava desde então.

"Estão prontos para dançar? Para curtir? Bem-vindos ao Elite Way School", gritou Christian em português, fazendo referência ao colégio da novela "Rebelde".

Os membros da banda RBD usam roupas que remetem ao Brasil. Imagem: Iris Alves/Live Nation/RBD

Após isso, as canções "Un poco de tu amor", "Cerquita de ti" (que foi lançada este ano), "Aún hay algo" e "Otro día que va" impressionaram a plateia com a grandiosidade da produção do RBD, que foi acompanhada por uma banda sólida de oito músicos que criou versões refinadas dos hits, além de uma estrutura de palco impressionante.

A turnê "Soy Rebelde" apresenta momentos de força feminina quando Dulce María, Anahí e Maite se juntam em um medley com as canções conhecidas "Asi soy yo", "Cuando el amor se acaba" e "Fuego".

Christopher deu início ao que seria repetido até o final do show: cada membro teria um momento exclusivo com a plateia com "Inalcanzable". O cantor, iluminado pelas pulseiras de led espalhadas na entrada, pediu paz ao mundo.

Em vários momentos do show, desde o microfone até os lembretes de cada rebelde, havia declarações de amor e agradecimento à fidelidade do público brasileiro fanático.

"Esse nosso sonho e de milhões de outras pessoas é por causa de vocês. Por sua música, por sua paixão, por serem únicos. Eu te amo pra sempre, Brasil", declarou Dulce, emocionada.

Após um hiato de 15 anos, o RBD inicia sua turnê 'Soy Rebelde'. — Foto: Iris Alves/Live Nation/RBD

"Ser quem sou"

O público então viu um Christian performando livremente, usando as cores da bandeira LGBTQIAP+ em detalhes do corset e no leque. O rebelde apareceu, vestido com um vestido exuberante, sentado em um trono semelhante an uma rainha campy, enquanto se aproximava de seus fãs.

"A homossexualidade não é pecado. HIV positivo não é pecado. E se alguém não me quiser, que se f*da. Brasil, eu te amo", disse. O cantor assumiu sua sexualidade pouco antes do fim do sexteto.

No entanto, os outros membros recebiam a mesma liberdade. Pela primeira vez, eles poderiam cantar sem ser pressionados pela Televisa, que à época da novela detinha an autoridade dos artistas, os direitos da marca e o lucro dos sucessos globais do grupo.

Alfonso Herrera, um integrante do RBD que não quis fazer parte da nova turnê, falou ao "El País México" neste ano sobre a suposta exploração.

Cristian afirmou com entusiasmo que o público RBD sabe que os fãs brasileiros são diferentes: "conhecem todas as músicas".

O setlist que o grupo tocou em outros shows da turnê foi alterado à pedido. O rebelde exclamou: "Vocês pediram!" O público se emocionou com o medley de "Una Canción", "A tu lado" e "Adiós", que deixou Anahí em lágrimas.

A parte final do show arrebatou a plateia com a apresentação solo da música "Sálvame" da eterna Mia Colucci. O hino da decepção amorosa continua sendo popular mesmo dezoito anos após o lançamento, graças à participação de artistas como Karol G e Bad Bunny, que an interpretaram.

"Após 15 anos, voltei para minha casa. Os anos passaram... Hoje tenho 40 anos, sou mãe, mas nunca me esqueci de vocês!", gritou a loirinha, usando o tradicional chapéu de cowboy rosa.

Após a conclusão de "Nuestro Amor" e "Rebelde", RBD demonstrou a potência de sua música, que vai além das questões técnicas de produção, que os analistas consideravam simplórias.

O valor da "Soy Rebelde Tour" e o legado do maior grupo pop da América Latina reside no ato simples dos fãs de se conectar a si mesmos, como ler seu diário de adolescente ou revisitar amigos de infância.

Esta sexta-feira (10), os rebeldes farão um novo show em solo na cidade de São Paulo, bem como seis outras apresentações com ingressos esgotados no Estádio do Morumbi e no Allianz Parque.

A turnê nostálgica do grupo RBD atrai uma multidão de pessoas no Engenhão do Rio — Foto: Iris Alves/LiveNation/RBD