Delação Aponta Envolvimento de Ex-Chefe da Polícia Civil do RJ na Morte da Vereadora
Em um desenvolvimento surpreendente na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco, o delegado Rivaldo Barbosa foi preso nesta sexta-feira, acusado de dar aval para o crime. Segundo a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, Rivaldo teria prometido não investigar o homicídio, garantindo assim a impunidade dos envolvidos. Rivaldo Barbosa, que foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro nomeado um dia antes da morte de Marielle, está sob acusação de obstrução de Justiça.
Implicações Políticas e Prisões Conexas
A prisão de Rivaldo Barbosa ocorre em um contexto de investigações ampliadas, que também levaram à detenção do deputado federal Chiquinho Brazão (União-DF) e do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão. Ambos são suspeitos de serem os "autores intelectuais" do duplo homicídio de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. As ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com recomendação da Procuradoria-Geral da República.
A Surpresa da Família Franco
A família de Marielle Franco expressou surpresa diante das alegações envolvendo Rivaldo Barbosa, destacando a relação de confiança que existia entre a vereadora assassinada e o ex-chefe da Polícia Civil. Este novo capítulo adiciona complexidade ao caso, que já chocou e mobilizou a opinião pública tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Respostas dos Acusados
Em meio às acusações, Chiquinho Brazão negou qualquer envolvimento, criticando a credibilidade da delação de Ronnie Lessa, enquanto a defesa de Domingos Brazão também refutou as alegações, enfatizando a falta de conexão política com Marielle. A Associação dos Delegados expressou surpresa com a prisão de Rivaldo Barbosa, aguardando mais informações para formular uma defesa adequada.
Buscas e Investigações Continuam
Além das prisões, foram executados 12 mandados de busca e apreensão visando policiais e outros indivíduos, embora a Polícia Federal não tenha detalhado os motivos específicos dessas ações. As investigações buscam esclarecer os papéis de vários atores potencialmente envolvidos no crime, incluindo o ex-titular da Delegacia de Homicídios, Giniton Lages, e outros mencionados na operação.
Um Caso Emblemático
O assassinato de Marielle Franco, ocorrido em março de 2018, tornou-se um símbolo global da luta contra a violência política e os assassinatos impunes de ativistas dos direitos humanos. Este último desenvolvimento na investigação promete trazer novos insights sobre as motivações e os envolvidos no crime, num momento em que a sociedade brasileira continua buscando justiça para Marielle e Anderson.
Foto - Reprodução
COMENTÁRIOS