Encerramento da unidade do Itaú na Alameda Paulista acende alerta sobre impactos sociais e futuro do atendimento presencial
A previsão de fechamento da agência 4513 do Itaú, localizada na Alameda Paulista, região Leste de Araraquara, mobilizou protestos nesta terça-feira 8. O ato integrou o "Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Itaú" e denunciou o encerramento em massa de unidades bancárias em todo o país, com impactos significativos sobre o emprego e o atendimento à população.
A agência da Alameda deverá encerrar suas atividades em setembro. Cerca de 10 trabalhadores atuam na unidade e podem ser afetados diretamente. O movimento sindical aponta que, somente no último ano, mais de 200 agências foram fechadas em todo o Brasil, resultando no encerramento de mais de 2 mil postos de trabalho. A previsão é que outras 55 agências sejam encerradas até agosto.
Mesmo sendo um dos bancos mais lucrativos do país — com lucro líquido de R$ 11 bilhões apenas no último trimestre —, o Itaú segue com sua política de cortes de unidades físicas e redução de estrutura. O encerramento de agências compromete o acesso de milhares de clientes, especialmente idosos, pessoas com deficiência e moradores de regiões com pouca familiaridade com tecnologia ou acesso limitado à internet.
A digitalização dos serviços bancários é apontada como justificativa para a redução das agências, mas especialistas alertam para os riscos da exclusão digital e da perda de vínculos presenciais com o sistema financeiro. A presença física das instituições bancárias ainda desempenha um papel essencial em diversas localidades.
Panorama nacional: o futuro das agências bancárias
O fechamento de agências bancárias não se restringe ao Itaú. Bancos públicos e privados em todo o Brasil adotam estratégias de digitalização e enxugamento de estruturas. Essa tendência reflete mudanças no comportamento do consumidor, mas também a busca por maior rentabilidade.
Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicam que as transações digitais cresceram mais de 200% em dez anos, enquanto os atendimentos presenciais seguem em queda contínua. Apesar disso, a ausência de agências físicas pode dificultar o acesso de parcelas significativas da população aos serviços financeiros.
A situação em Araraquara escancara um dilema nacional: como conciliar a modernização do setor bancário com a preservação de empregos, inclusão digital e responsabilidade social?
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