Delegada descarta hipótese de acidente e aponta casal como principais suspeitos de homicídio
A trágica morte da menina Sophia da Silva Fernandes, de apenas 3 anos, em Ribeirão Preto (SP), tomou um novo rumo nas investigações nesta quinta-feira (19). De acordo com a delegada Patrícia de Mariane Buldo, responsável pelo caso, a hipótese de que Sophia teria sofrido um acidente no banheiro, como alegado pela mãe e pelo padrasto, foi descartada pelas investigações e pelos laudos periciais. O casal é agora considerado o principal suspeito da morte da criança.
Sophia faleceu em agosto, após passar nove dias internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) de Ribeirão Preto, com graves lesões cerebrais que levantaram suspeitas entre os médicos sobre um possível episódio de violência doméstica. A delegada, com base em evidências apresentadas até o momento, acredita que Sophia foi vítima de um homicídio dentro do apartamento onde residia com a mãe, Letícia Nunes da Silva, de 20 anos, e o padrasto, Luiz Guilherme Braga Barboza.
Investigações e evidências
A versão inicial do casal indicava que Sophia havia caído no banheiro enquanto tomava banho sozinha. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que as lesões sofridas pela menina, especialmente na região da cabeça, eram incompatíveis com uma queda acidental. O traumatismo craniano e as lesões nos olhos de Sophia são típicos de casos de "síndrome do bebê sacudido", uma forma de maus-tratos em que a criança é violentamente chacoalhada, causando danos irreparáveis ao cérebro.
"Todas as evidências indicam que a morte da Sophia foi causada por violência, e quem estava na casa naquele momento eram apenas a mãe e o padrasto", afirmou a delegada Patrícia. Ela também ressaltou o comportamento frio de Letícia ao prestar depoimento, o que chamou a atenção da polícia.
A versão do casal e a investigação
Segundo o casal, a criança foi encontrada caída no banheiro, e eles decidiram levá-la diretamente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sem acionar uma ambulância, por temerem a demora no socorro. Ao chegar à UPA, Sophia foi transferida em estado grave para o HC-UE, onde passou por uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão em seu cérebro, mas não resistiu.
Ainda de acordo com a delegada, a explicação fornecida pelos suspeitos sobre a queda no banheiro foi desmentida pelas evidências. "A versão que eles dão do acidente doméstico foi completamente refutada pela perícia. Acreditamos que houve conluio entre eles, seja por ambos participarem ativamente ou por um estar acobertando o outro", disse Patrícia.
O inquérito está em fase de produção de provas, e a delegada não descarta a possibilidade de solicitar a prisão preventiva do casal enquanto a investigação prossegue.
Sophia da Silva Fernandes, de apenas 3 anos, faleceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) após permanecer internada por 9 dias em estado grave — Foto: Arquivo pessoal. |
A dor de uma tragédia e a busca por justiça
A morte de Sophia gerou grande comoção em Ribeirão Preto e trouxe à tona mais um caso trágico de violência infantil. Familiares e amigos da criança expressam sua indignação e clamam por justiça para que o responsável pela morte da pequena seja devidamente punido.
A Polícia Civil segue reunindo depoimentos e aguardando os resultados finais dos exames periciais para concluir o inquérito. O caso também reacende o debate sobre a necessidade de políticas mais severas de proteção à infância e mecanismos de denúncia e prevenção de abusos dentro do ambiente familiar.
Conclusão
A delegada Patrícia de Mariane Buldo afirmou que o trabalho da polícia é garantir que a verdade venha à tona e que Sophia tenha justiça. "Nosso dever é investigar a fundo cada detalhe deste caso e assegurar que os culpados não fiquem impunes", concluiu.
O caso segue em investigação e a comunidade de Ribeirão Preto aguarda com expectativa novos desdobramentos.
COMENTÁRIOS