Investigação avança com recuperação de caixas-pretas; todos os corpos foram enviados ao IML de São Paulo para identificação.
Equipes de resgate concluíram a retirada dos corpos das 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo, 29 horas após a queda do avião. Entre as vítimas, foram identificados 34 homens e 28 mulheres, todos encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para identificação e liberação às famílias. O desastre, considerado o maior desde a tragédia da TAM em 2007, mobilizou autoridades e serviços de emergência em uma operação intensa e delicada.
O Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo recebeu cerca de 50 corpos até o final do sábado, com o restante ainda a caminho. A identificação das vítimas é conduzida por uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, odontologistas, antropólogos e especialistas em radiologia. Dois corpos foram identificados até o final dos trabalhos no sábado.
Os familiares das vítimas foram acomodados em um hotel na região central de São Paulo, onde recebem suporte psicológico e são orientados sobre o processo de identificação dos corpos. A Secretaria de Desenvolvimento Social do estado acompanha o atendimento às famílias, oferecendo todo o suporte necessário neste momento de dor.
Investigação do Acidente
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), está conduzindo a investigação das causas do acidente. As duas caixas-pretas da aeronave foram recuperadas e transferidas para o laboratório do Cenipa em Brasília, onde as informações serão analisadas para entender os fatores que levaram à tragédia.
O processo de investigação inclui a análise das condições do voo, do ambiente operacional e dos fatores humanos, além do exame dos componentes da aeronave. O Cenipa pretende divulgar um relatório preliminar em aproximadamente 30 dias, que poderá trazer esclarecimentos sobre o que levou à queda do avião.
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A Importância das Caixas-Pretas
As caixas-pretas, essenciais para a investigação de acidentes aéreos, são formadas por dois dispositivos: o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava as conversas na cabine de comando, e o Flight Data Recorder (FDR), que registra os parâmetros técnicos do voo, como altitude, velocidade e funcionamento dos sistemas da aeronave. Esses dados são cruciais para os investigadores entenderem a sequência de eventos que culminaram no acidente.
Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB |
Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB |
Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB |
Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB |
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Apesar do nome, as caixas-pretas são pintadas de laranja para facilitar sua localização em meio aos escombros. Elas são construídas para resistir a condições extremas, incluindo altas temperaturas e impactos violentos, protegendo as informações vitais armazenadas em seu interior.
Caixa preta - Foto montagem (O Diário da Cidade) |
Contexto e Repercussões
Este acidente é o maior desastre aéreo no Brasil desde a queda do avião da TAM em 2007, que resultou em 199 mortes no Aeroporto de Congonhas, São Paulo. A tragédia em Vinhedo mobilizou autoridades e a comunidade, com famílias das vítimas enfrentando um processo doloroso de identificação e luto.
As autoridades brasileiras estão comprometidas em investigar a fundo as causas do acidente e garantir que as famílias das vítimas recebam o apoio necessário durante este período difícil. A aeronave envolvida no acidente, um turboélice modelo ATR-72, pertence à companhia Voepass Linhas Aéreas, que está cooperando com as investigações e prestando assistência aos familiares.
A investigação, conduzida pelo Cenipa, é aguardada com expectativa por todos os envolvidos e pela sociedade em geral, que busca respostas para a tragédia que abalou o país.
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