Mais de 492 mortos e 1.645 feridos após bombardeios de Israel, intensificando o confronto com o Hezbollah
Os ataques de Israel ao Líbano, realizados nesta segunda-feira (23), resultaram em uma tragédia sem precedentes desde a guerra de 2006. Com 492 mortos confirmados, o país vive o dia mais sangrento do conflito com o Hezbollah, segundo informações do Ministério da Saúde libanês. Mais de 1.645 pessoas ficaram feridas, com relatos de destruição por todo o território atingido.
Os bombardeios, considerados os mais amplos em termos de extensão territorial desde o início do confronto entre Israel e Hezbollah há quase um ano, afetaram cidades ao longo da fronteira sul e no Vale do Bekaa, a leste de Beirute. Residências e estruturas estratégicas do Hezbollah foram atingidas, enquanto civis buscavam refúgio em meio ao caos.
Israel amplia a ofensiva
Os caças israelenses atacaram cerca de 800 alvos do grupo Hezbollah, conforme reportado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Esses ataques seguiram uma intensa troca de mísseis e drones no domingo (22), quando o Hezbollah lançou cerca de 150 projéteis em direção ao norte de Israel. Em resposta, Israel realizou bombardeios que mataram cerca de dez comandantes do Hezbollah, incluindo membros de alto escalão.
Os moradores das áreas afetadas receberam alertas via mensagens de texto e voz, instruindo-os a se afastarem das posições estratégicas do Hezbollah. Foi o primeiro aviso do tipo desde o início do conflito, que vem se intensificando com o passar dos meses.
Declarações e impactos
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, condenou veementemente os ataques, afirmando que Israel conduz uma "guerra de extermínio" contra o povo libanês, e pediu à ONU que intervenha para conter a escalada de violência. O governo libanês também anunciou a conversão de escolas em abrigos para lidar com o deslocamento em massa de civis, enquanto hospitais cancelam cirurgias eletivas para dar espaço às vítimas dos bombardeios.
Em Israel, mais de um milhão de civis, especialmente na cidade de Haifa, foram orientados a buscar proteção em abrigos antibombas. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu que a população siga rigidamente as orientações do Comando da Frente Interna, destacando que a segurança dos cidadãos depende da obediência às diretrizes.
Balanço de Forças
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que os bombardeios estão alterando o equilíbrio de forças na região. Ele afirmou que os ataques têm como objetivo destruir milhares de mísseis e foguetes apontados para Israel. Já o Hezbollah retaliou com o lançamento de dezenas de mísseis, incluindo alvos militares israelenses, como a base de Nimra.
Conflito sem fim à vista
Com o conflito prolongado e sem sinais de cessar-fogo iminente, a situação entre Israel e Hezbollah continua a escalar. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, declarou que continuará lutando até que haja um acordo de paz abrangente, enquanto Israel afirma que suas operações continuarão até que o norte do país esteja seguro.
Os próximos dias prometem mais confrontos, com ambos os lados prometendo resistência e retaliações. Enquanto isso, a população civil libanesa segue tentando sobreviver ao que parece ser um dos períodos mais devastadores desde o fim da guerra de 2006.
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